Psicologia

Ninguém está imune a problemas, perdas e outros golpes do destino, mas na maioria das vezes nós mesmos não nos permitimos ser felizes. A treinadora Kim Morgan fala sobre trabalhar com uma cliente que queria parar de interferir em sua vida.

Primeira sessão de coaching: autossabotagem inconsciente

“Eu sou meu pior inimigo. Eu sei o que quero – um parceiro amoroso, casamento, família e filhos – mas nada acontece. Tenho 33 anos e começo a temer que meus sonhos não se tornem realidade. Eu preciso me entender, caso contrário nunca poderei viver a vida que quero. Toda vez que conheço alguém, me privo das minhas chances de sucesso, destruindo relacionamentos que parecem ser os mais promissores. Por que estou fazendo isto? Jess está perplexa.

Perguntei a ela qual é exatamente seu pior inimigo e, em resposta, ela deu muitos exemplos. Essa jovem animada e alegre estava ciente do que estava acontecendo com ela e, rindo, me contou sobre um de seus últimos fracassos.

“Recentemente, fui a um encontro às cegas e no meio da noite corri para o banheiro para compartilhar minhas impressões com um amigo. Enviei-lhe uma mensagem de texto dizendo que gostava muito desse homem, apesar de seu nariz enorme. Voltando ao bar, descobri que ele havia sumido. Então ela verificou seu telefone e percebeu que por engano ela havia enviado uma mensagem não para um amigo, mas para ele. Amigos estão esperando por histórias sobre outro desastre, mas eu mesmo não sou mais engraçado.

A auto-sabotagem é uma tentativa inconsciente de se proteger de um perigo real ou percebido, dano ou emoções desagradáveis.

Expliquei a Jess que muitos de nós nos sabotamos. Alguns sabotam seus amores ou amizades, outros sabotam suas carreiras e outros sofrem com a procrastinação. Gastos exorbitantes, abuso de álcool ou excessos são outros tipos comuns.

Claro, ninguém quer deliberadamente estragar suas vidas. A auto-sabotagem é uma tentativa inconsciente de se proteger de um perigo real ou percebido, dano ou emoções desagradáveis.

Segunda Sessão de Coaching: Encare a Verdade

Eu imaginei que, no fundo, Jess não acreditava que ela merecesse um parceiro amoroso e tinha medo de se machucar se o relacionamento desmoronasse. Para mudar a situação, você precisa lidar com as crenças que levam à auto-sabotagem. Pedi a Jess que fizesse uma lista de palavras ou frases que ela associava a relacionamentos amorosos.

O resultado a surpreendeu: as frases que escreveu incluíam «ficar presa», «controlar», «dor», «traição» e até «perder-se». Passamos a sessão tentando descobrir de onde ela tirou essas crenças.

Aos 16 anos, Jess começou um relacionamento sério, mas aos poucos seu parceiro começou a controlá-la. Jess se recusou a estudar na universidade porque queria que eles ficassem em sua cidade natal. Posteriormente, lamentou não ter ido estudar e essa decisão não lhe permitiu construir uma carreira de sucesso.

Jess acabou terminando o relacionamento, mas desde então tem sido assombrada pelo medo de que outra pessoa controle sua vida.

Terceira sessão de coaching: abra os olhos

Continuei a trabalhar com Jess por vários meses. Mudar as crenças leva tempo.

Em primeiro lugar, Jess precisava encontrar exemplos de relacionamentos felizes para si mesma, para que pudesse acreditar que seu objetivo era alcançável. Até agora, minha cliente procurou principalmente exemplos de relacionamentos fracassados ​​que confirmassem suas crenças negativas e pareciam ignorar os casais felizes, que, como se viu, havia muitos ao seu redor.

Jess espera encontrar o amor, e tenho certeza de que nosso trabalho com ela aumentou suas chances de alcançar seu objetivo. Agora ela acredita que a felicidade no amor é possível e ela merece. Nada mal para começar, certo?


Sobre o autor: Kim Morgan é uma psicoterapeuta e coach britânica.

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