Cauterizar: O que é cauterização?

Cauterizar: O que é cauterização?

A cauterização é uma técnica médica que, usando calor ou produtos químicos, destrói células anormais ou obstrui os vasos sanguíneos. Na verdade, essa técnica consiste na destruição de um tecido para remover uma lesão, para estancar um sangramento ou para regredir o brotamento exuberante de uma cicatriz. Na maioria das vezes, a cauterização é localizada e superficial. É realizado na pele ou em uma membrana mucosa. A cauterização é utilizada em particular no tratamento da epistaxe, ou seja, hemorragias nasais, quando se repetem, ou na terapia do cancro para destruir tecidos anormais. Esta técnica foi utilizada desde a Idade Média, promovida ao Xe século pelo cirurgião árabe da Espanha Albucassis. O gesto é, hoje, em geral bastante benigno, e os efeitos indesejáveis ​​permanecem raros. Porém, é preciso estar atento ao risco de infecção, que é maior do que em outros procedimentos cirúrgicos.

O que é cauterização?

A cauterização envolve a queima de um tecido, seja por meio de um condutor carregado a quente por uma corrente elétrica, seja por meio de um produto químico. O objetivo é destruir um tecido doente ou parar o sangramento. Etimologicamente, o termo vem do nome latino cautelar, que significa cauterização, e foi formada a partir do verbo latino Vou cauterizar que significa “queimar com ferro quente”.

Concretamente, essa destruição de um tecido permite remover uma lesão, mas também estancar um sangramento ou regredir o brotamento exuberante de uma cicatriz. A cauterização é mais frequentemente realizada na pele ou em uma membrana mucosa. Dispositivos elétricos antigos, como o galvanocauterio ou o termocauterio, uma haste que fica incandescente para permitir o calor intenso, não são mais usados ​​hoje.

Historicamente, a cauterização é usada desde a Idade Média. Assim, Albucassis (936-1013), um cirurgião árabe espanhol que também foi o grande mestre da cirurgia hispano-árabe na época, produziu muitas inovações na medicina. Entre eles: hemostasia por compressão digital e cauterização com ferro branco. Posteriormente, no XVIe século, o cirurgião Ambroise Paré (1509-1590) se destacou no campo de batalha, trazendo muitas inovações no tratamento de feridas. Ele então inventou a ligadura de artérias para substituir a cauterização por ferro vermelho. Na verdade, ele, que foi o inventor de muitos instrumentos e muitas vezes é considerado o pai da cirurgia moderna, esteve envolvido no aprimoramento e na disseminação de um novo tipo de técnica de cauterização, numa época em que cauterizava com ferro vermelho ou óleo fervente, em o risco de matar os feridos.

Por que fazer uma cauterização?

A cauterização é utilizada principalmente nos casos em que é necessária para estancar uma hemorragia e, em particular, a epistaxe (hemorragia nasal), ou para tratar cancros. Também é indicado, em alguns casos, para promover uma melhor respiração pelo nariz.

  • O nariz sangra: lO sangramento nasal, também chamado de epistaxe, pode ser moderado ou intenso, e suas consequências podem variar de um distúrbio leve a um sangramento potencialmente fatal. É particularmente em casos de sangramento intenso ou repetido que os médicos às vezes podem recorrer à cauterização. Assim, os cuidadores então tamponam a fonte do sangramento com um agente químico, muitas vezes nitrato de prata, ou realizam a cauterização com uma corrente elétrica de aquecimento. Essa segunda técnica também é chamada de eletrocautério, e significa que a cauterização dos tecidos é realizada por meio de um condutor aquecido por corrente elétrica;
  • Tratamento do câncer: eletrocauterização, usando uma corrente elétrica de alta frequência para destruir células ou tecidos, pode ser usado no câncer, para parar o sangramento dos vasos sanguíneos do tumor ou para remover partes do tumor cancerígeno. Por exemplo, o eletrocautério é usado no câncer de pulmão porque remove partes desse tumor localizadas perto de um vaso sanguíneo;
  • Respire melhor pelo nariz: a cauterização dos cornetos visa melhorar a respiração pelo nariz. Assim, o nariz contém conchas, que são ossos cobertos por tecidos moles. Quando as membranas mucosas dos cornetos estão muito inchadas devido à passagem do sangue para dentro, essas membranas mucosas não permitem a boa passagem do ar: portanto, evitam que o paciente respire bem pelo nariz. A intervenção, que também aqui será uma cauterização, vai tornar essas mucosas mais finas, gerando uma respiração melhor.

Como ocorre a cauterização?

A cauterização realizada para tratar a epistaxe é um gesto relativamente benigno, não é realmente uma operação. Essa cauterização é realizada sob anestesia de contato local. Isso requer um cotonete, que é embebido em fluido anestésico antes de ser mantido por alguns minutos na narina e depois removido.

O próprio instrumento que realiza a cauterização é aplicado por alguns segundos na área a ser coagulada. Essa cauterização pode ser feita com um produto químico, como o nitrato de prata ou o ácido crômico: essa técnica, que geralmente envolve o uso de um bastão de nitrato de prata, permite que um vaso sangüíneo visível dentro do nariz e que esteja sujeito à ruptura. Esta cauterização também pode ser realizada com pinça elétrica: trata-se então de uma eletrocoagulação.

Todos os otorrinolaringologistas (otorrinolaringologistas) estão propensos a realizar esse tipo de cauterização. Isso pode ser feito no consultório ou no departamento de Otorrinolaringologia de um hospital. O gesto pode ser aplicado em crianças, principalmente se estiverem calmas: a cauterização nasal com nitrato de prata sob anestesia local é, portanto, possível a partir dos quatro a cinco anos. Este método de fechamento representado pela cauterização pode às vezes ser doloroso, apesar da anestesia local.

Os outros tipos de cauterização envolvem cânceres, e neste caso a intervenção terá como objetivo destruir o tecido anormal ou células cancerosas por meio de uma fonte de calor, uma corrente elétrica ou um produto químico. Além disso, a cauterização dos cornetos, pequenos ossos localizados dentro do nariz, também é praticada: aqui, o objetivo será permitir que o paciente respire melhor.

Para se preparar para um procedimento de cauterização, se você costuma tomá-lo, terá que se certificar, principalmente, de interromper alguns dias antes da operação os medicamentos que visam tornar o sangue mais fluido, como por exemplo:

  • anticoagulantes;
  • fármacos anti-inflamatórios;
  • drogas antiplaquetárias.

Também será melhor para os fumantes parar de fumar antes e depois da cirurgia, pois isso aumenta o risco de infecção após a cirurgia e, o mais importante, retarda a cicatrização, especialmente no caso de cauterização de cornetos.

Quais são os resultados após a cauterização?

A cauterização para tratar a epistaxe costuma dar resultados satisfatórios. Isso removerá alguns dos vasos sanguíneos que causam o sangramento.

A cauterização para o tratamento do câncer resulta na destruição das células cancerosas ou tecido anormal.

Já a cauterização dos cornetos, que consiste em usar o calor para “queimar” os vasos sangüíneos que passam pelas mucosas, resulta em menos inchaço sangüíneo das mucosas. Reduzindo o tamanho dessas mucosas, a operação permitirá, portanto, liberar espaço para a passagem do ar. A respiração do paciente realmente melhorará.

Quais são os efeitos colaterais?

Há riscos em termos de cauterização no tratamento da epistaxe quando esses procedimentos são repetidos com frequência: em longo prazo, pode ocorrer perfuração do septo nasal. No entanto, este inconveniente não causa nenhuma complicação particular, pode simplesmente ser a causa de algumas crostas nasais com sangue.

Quanto à cauterização das conchas, os riscos são baixos, porém, raramente pode ocorrer infecção no local da intervenção, podendo também em casos raros desencadear sangramento ou acúmulo de sangue sob a mucosa, que irão causar um hematoma.

Finalmente, foi demonstrado em estudos científicos que o método de eletrocoagulação causa mais inflamação e necrose do que a cirurgia de bisturi, por exemplo, no caso de laparotomia. E, de fato, a cauterização parece aumentar o risco de infecção em comparação com outros métodos cirúrgicos.

A hipótese levantada por um grupo de pesquisadores (Peter Soballe e sua equipe) é que um número menor de bactérias é necessário para infectar feridas causadas por eletrocautério do que para infectar feridas causadas por bisturi.

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