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Cauterizar: O que é cauterização?
O que é cauterização?
A cauterização envolve a queima de um tecido, seja por meio de um condutor carregado a quente por uma corrente elétrica, seja por meio de um produto químico. O objetivo é destruir um tecido doente ou parar o sangramento. Etimologicamente, o termo vem do nome latino cautelar, que significa cauterização, e foi formada a partir do verbo latino Vou cauterizar que significa “queimar com ferro quente”.
Concretamente, essa destruição de um tecido permite remover uma lesão, mas também estancar um sangramento ou regredir o brotamento exuberante de uma cicatriz. A cauterização é mais frequentemente realizada na pele ou em uma membrana mucosa. Dispositivos elétricos antigos, como o galvanocauterio ou o termocauterio, uma haste que fica incandescente para permitir o calor intenso, não são mais usados hoje.
Historicamente, a cauterização é usada desde a Idade Média. Assim, Albucassis (936-1013), um cirurgião árabe espanhol que também foi o grande mestre da cirurgia hispano-árabe na época, produziu muitas inovações na medicina. Entre eles: hemostasia por compressão digital e cauterização com ferro branco. Posteriormente, no XVIe século, o cirurgião Ambroise Paré (1509-1590) se destacou no campo de batalha, trazendo muitas inovações no tratamento de feridas. Ele então inventou a ligadura de artérias para substituir a cauterização por ferro vermelho. Na verdade, ele, que foi o inventor de muitos instrumentos e muitas vezes é considerado o pai da cirurgia moderna, esteve envolvido no aprimoramento e na disseminação de um novo tipo de técnica de cauterização, numa época em que cauterizava com ferro vermelho ou óleo fervente, em o risco de matar os feridos.
Por que fazer uma cauterização?
A cauterização é utilizada principalmente nos casos em que é necessária para estancar uma hemorragia e, em particular, a epistaxe (hemorragia nasal), ou para tratar cancros. Também é indicado, em alguns casos, para promover uma melhor respiração pelo nariz.
- O nariz sangra: lO sangramento nasal, também chamado de epistaxe, pode ser moderado ou intenso, e suas consequências podem variar de um distúrbio leve a um sangramento potencialmente fatal. É particularmente em casos de sangramento intenso ou repetido que os médicos às vezes podem recorrer à cauterização. Assim, os cuidadores então tamponam a fonte do sangramento com um agente químico, muitas vezes nitrato de prata, ou realizam a cauterização com uma corrente elétrica de aquecimento. Essa segunda técnica também é chamada de eletrocautério, e significa que a cauterização dos tecidos é realizada por meio de um condutor aquecido por corrente elétrica;
- Tratamento do câncer: eletrocauterização, usando uma corrente elétrica de alta frequência para destruir células ou tecidos, pode ser usado no câncer, para parar o sangramento dos vasos sanguíneos do tumor ou para remover partes do tumor cancerígeno. Por exemplo, o eletrocautério é usado no câncer de pulmão porque remove partes desse tumor localizadas perto de um vaso sanguíneo;
- Respire melhor pelo nariz: a cauterização dos cornetos visa melhorar a respiração pelo nariz. Assim, o nariz contém conchas, que são ossos cobertos por tecidos moles. Quando as membranas mucosas dos cornetos estão muito inchadas devido à passagem do sangue para dentro, essas membranas mucosas não permitem a boa passagem do ar: portanto, evitam que o paciente respire bem pelo nariz. A intervenção, que também aqui será uma cauterização, vai tornar essas mucosas mais finas, gerando uma respiração melhor.
Como ocorre a cauterização?
A cauterização realizada para tratar a epistaxe é um gesto relativamente benigno, não é realmente uma operação. Essa cauterização é realizada sob anestesia de contato local. Isso requer um cotonete, que é embebido em fluido anestésico antes de ser mantido por alguns minutos na narina e depois removido.
O próprio instrumento que realiza a cauterização é aplicado por alguns segundos na área a ser coagulada. Essa cauterização pode ser feita com um produto químico, como o nitrato de prata ou o ácido crômico: essa técnica, que geralmente envolve o uso de um bastão de nitrato de prata, permite que um vaso sangüíneo visível dentro do nariz e que esteja sujeito à ruptura. Esta cauterização também pode ser realizada com pinça elétrica: trata-se então de uma eletrocoagulação.
Todos os otorrinolaringologistas (otorrinolaringologistas) estão propensos a realizar esse tipo de cauterização. Isso pode ser feito no consultório ou no departamento de Otorrinolaringologia de um hospital. O gesto pode ser aplicado em crianças, principalmente se estiverem calmas: a cauterização nasal com nitrato de prata sob anestesia local é, portanto, possível a partir dos quatro a cinco anos. Este método de fechamento representado pela cauterização pode às vezes ser doloroso, apesar da anestesia local.
Os outros tipos de cauterização envolvem cânceres, e neste caso a intervenção terá como objetivo destruir o tecido anormal ou células cancerosas por meio de uma fonte de calor, uma corrente elétrica ou um produto químico. Além disso, a cauterização dos cornetos, pequenos ossos localizados dentro do nariz, também é praticada: aqui, o objetivo será permitir que o paciente respire melhor.
Para se preparar para um procedimento de cauterização, se você costuma tomá-lo, terá que se certificar, principalmente, de interromper alguns dias antes da operação os medicamentos que visam tornar o sangue mais fluido, como por exemplo:
- anticoagulantes;
- fármacos anti-inflamatórios;
- drogas antiplaquetárias.
Também será melhor para os fumantes parar de fumar antes e depois da cirurgia, pois isso aumenta o risco de infecção após a cirurgia e, o mais importante, retarda a cicatrização, especialmente no caso de cauterização de cornetos.
Quais são os resultados após a cauterização?
A cauterização para tratar a epistaxe costuma dar resultados satisfatórios. Isso removerá alguns dos vasos sanguíneos que causam o sangramento.
A cauterização para o tratamento do câncer resulta na destruição das células cancerosas ou tecido anormal.
Já a cauterização dos cornetos, que consiste em usar o calor para “queimar” os vasos sangüíneos que passam pelas mucosas, resulta em menos inchaço sangüíneo das mucosas. Reduzindo o tamanho dessas mucosas, a operação permitirá, portanto, liberar espaço para a passagem do ar. A respiração do paciente realmente melhorará.
Quais são os efeitos colaterais?
Há riscos em termos de cauterização no tratamento da epistaxe quando esses procedimentos são repetidos com frequência: em longo prazo, pode ocorrer perfuração do septo nasal. No entanto, este inconveniente não causa nenhuma complicação particular, pode simplesmente ser a causa de algumas crostas nasais com sangue.
Quanto à cauterização das conchas, os riscos são baixos, porém, raramente pode ocorrer infecção no local da intervenção, podendo também em casos raros desencadear sangramento ou acúmulo de sangue sob a mucosa, que irão causar um hematoma.
Finalmente, foi demonstrado em estudos científicos que o método de eletrocoagulação causa mais inflamação e necrose do que a cirurgia de bisturi, por exemplo, no caso de laparotomia. E, de fato, a cauterização parece aumentar o risco de infecção em comparação com outros métodos cirúrgicos.
A hipótese levantada por um grupo de pesquisadores (Peter Soballe e sua equipe) é que um número menor de bactérias é necessário para infectar feridas causadas por eletrocautério do que para infectar feridas causadas por bisturi.