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Criolipólise
Um tratamento estético não invasivo, a criolipólise usa o frio para destruir os adipócitos e, assim, reduzir a gordura subcutânea. Se está ganhando cada vez mais adeptos, também atraiu a atenção das autoridades sanitárias por causa de seus riscos.
O que é criolipólise?
Surgida no final da década de 2000, a criolipólise ou resfriamento, é uma técnica não invasiva (sem anestesia, sem cicatriz, sem agulha) que visa atacar, por frio, áreas gordurosas subcutâneas localizadas. .
Segundo os promotores da técnica, ela se baseia no fenômeno da crio-adipo-apoptose: ao resfriar a hipoderme, as gorduras contidas nos adipócitos (células armazenadoras de gordura) se cristalizam. Os adipócitos então receberiam um sinal de apoptose (morte celular programada) e seriam destruídos nas semanas seguintes.
Como funciona a criolipólise?
O procedimento é realizado em gabinete de medicina estética ou centro de estética e não é coberto por nenhum plano de saúde.
A pessoa está deitada na mesa ou sentada na cadeira de tratamento, com a área a ser tratada nua. O praticante coloca um aplicador na área gordurosa que primeiro suga a dobra gordurosa, antes de resfriá-la a -10 °, por 45 a 55 minutos.
As máquinas de última geração aquecem a pele antes de resfriá-la, e novamente após o resfriamento para as chamadas máquinas trifásicas, a fim de criar um choque térmico que potencializasse os resultados.
O procedimento é indolor: o paciente só sente a pele sugada, depois uma sensação de frio.
Quando usar a criolipólise?
A criolipólise é indicada para pessoas, homens ou mulheres, não obesas, com depósitos gordurosos localizados (barriga, quadril, alforjes, braços, costas, queixo duplo, joelhos).
Existem diferentes contra-indicações:
- a gravidez;
- uma área inflamada, com dermatite, uma lesão ou um problema circulatório;
- arterite dos membros inferiores;
- Doença de Raynaud;
- uma hérnia umbilical ou inguinal;
- crioglobulinemia (doença caracterizada pela presença anormal no sangue de proteínas que podem precipitar no frio);
- urticária ao frio.
Eficácia e riscos da criolipólise
Segundo os promotores da técnica, uma primeira parte (em média 20%) das células de gordura seria afetada durante a sessão e evacuada pelo sistema linfático. Outra parte se autodestruiria naturalmente em algumas semanas.
No entanto, em seu relatório de dezembro de 2016 sobre os riscos à saúde dos dispositivos que utilizam agentes físicos destinados à prática de atos com fins estéticos, a Agência Nacional de Segurança Alimentar, Ambiental e de Saúde Ocupacional (ANSES) considera que o mecanismo em que se baseia a criolipólise ainda não foi formalmente demonstrado.
Apreendida pelo Conselho Nacional da Ordem dos Médicos e pela Polícia Judiciária, a HAS (Haute Autorité de Santé), por sua vez, procurou relacionar os efeitos adversos da criolipólise em laudo de avaliação. A análise da literatura científica mostrou a existência de diversos riscos, mais ou menos graves:
- eritema, hematoma, dor, dormência ou formigamento relativamente freqüente, mas leve e de curta duração;
- hiperpigmentação duradoura;
- desconforto vagal;
- hérnias inguinais;
- lesão tecidual por queimadura, ulceração pelo frio ou hiperplasia paradoxal.
Por essas diversas razões, o HAS conclui que “ a prática de atos de criolipólise apresenta suspeita de grave perigo para a saúde humana na atual ausência de implementação de medidas de proteção à saúde humana, consistindo, pelo menos, por um lado, em garantir um nível uniforme de segurança e qualidade dos dispositivos de criolipólise utilizados e, por outro lado, proporcionar a qualificação e treinamento do profissional que realiza esta técnica. ".