Psicologia

Em pequenas doses, a desconfiança evita a decepção. No entanto, se começar a dominar os relacionamentos, corremos o risco de ficar isolados de todos. Conselhos de especialistas sobre como recuperar a confiança e a confiança.

«Você não vai me enganar? Por quanto tempo ele pode me sustentar?” A desconfiança é uma premonição desagradável de uma ameaça externa, ou seja, algo que achamos que pode prejudicar.

“Estamos falando de um comportamento muitas vezes desproporcional à situação real e que pode nos bloquear, nos paralisar, nos impedir de viver uma vida plena”, explica Maura Amelia Bonanno, especialista em antropologia cultural. — Uma pessoa desconfiada acaba questionando o positivo para não se comunicar com o mundo. Além disso, ele é cheio de preconceito.”

Onde nasce a desconfiança e por quê?

Raízes na infância

A resposta é dada pelo psicanalista americano Eric Erickson, que na virada da década de 1950 introduziu os conceitos de «confiança básica» e «desconfiança básica» para designar o período do desenvolvimento humano desde o nascimento até os dois anos. Neste momento, a criança está tentando determinar como ela se sente amada e aceita.

“A fé e a desconfiança se formam já na primeira infância e dependem mais da qualidade da relação com a mãe do que do número de manifestações de amor”, concorda Francesco Belo, psicanalista junguiano.

A falta de confiança em outra pessoa geralmente significa falta de confiança em si mesmo

De acordo com Erickson, uma combinação de dois fatores ajudará a incutir confiança na mãe nas crianças: sensibilidade às necessidades da criança e autoconfiança como pai.

“Minha mãe estava sempre pedindo ajuda aos amigos, seja para ajudar na casa ou comigo”, diz Maria, de 34 anos. “Essa dúvida acabou passando para mim e se transformou em incredulidade.”

O principal é sentir que você é amado, assim a fé em si mesmo cresce e no futuro se torna a capacidade de superar as dificuldades e decepções da vida. Por outro lado, se a criança sentiu pouco amor, a desconfiança do mundo, que parece imprevisível, vencerá.

Falta de auto confiança

Um colega que trai, um amigo que abusa da generosidade, um ente querido que trai... Pessoas desconfiadas têm “uma visão idealista dos relacionamentos”, diz Belo. Eles esperam demais dos outros e percebem a menor inconsistência com sua realidade como uma traição.

Em alguns casos, esse sentimento se transforma em paranóia (“Todo mundo me quer mal”) e às vezes leva ao cinismo (“Meu ex me deixou sem nenhuma explicação, portanto, todos os homens são covardes e canalhas”).

“Começar um relacionamento com alguém é correr riscos”, acrescenta Belo. “E isso só é possível para aqueles que são confiantes o suficiente para não se sentirem mal se forem enganados.” A falta de confiança em outra pessoa geralmente significa falta de confiança em si mesmo.

Visão limitada da realidade

“Medo e desconfiança são os principais protagonistas da sociedade moderna, e todos nós, sentados em casa, olhando o mundo real pela janela e não participando plenamente da vida, compartilhamos uma atitude cínica em relação a ela e temos certeza de que há inimigos ao redor. ”, diz Bonanno. “A causa de qualquer desconforto psicológico é a ansiedade mental interna.”

Para que pelo menos algumas mudanças ocorram, é necessária uma fé cega de que, em qualquer caso, tudo será resolvido da maneira mais ideal e, no final, tudo ficará bem.

O que significa encontrar confiança e autoconfiança? “Significa entender qual é a nossa verdadeira natureza e perceber que a confiança nasce apenas em nós mesmos”, conclui o especialista.

O que fazer com a desconfiança

1. Retorne à fonte. A falta de confiança nos outros é frequentemente associada a experiências de vida dolorosas. Depois de descobrir qual foi a experiência, você se tornará mais tolerante e flexível.

2. Tente não generalizar. Nem todos os homens pensam apenas em sexo, nem todas as mulheres estão interessadas apenas em dinheiro e nem todos os chefes são tiranos. Livre-se do preconceito e dê uma chance a outras pessoas.

3. Aprecie experiências positivas. Certamente você conheceu pessoas honestas, e não apenas enganadores e patifes. Lembre-se da experiência positiva de sua vida, você não está condenado ao papel de vítima.

4. Aprenda a explicar. Aquele que nos traiu sabe o mal que fez? Tente tornar seus argumentos compreensíveis também. Em todo relacionamento, a confiança é conquistada por meio do diálogo.

5. Não vá a extremos. Você não precisa mostrar constantemente a todos como você é confiável e fiel: a menor falsidade - e agora você já é alvo de alguém que não é tão gentil. Por outro lado, também é errado desconsiderar seus sentimentos, comportar-se como se nada tivesse acontecido e o ódio por toda a humanidade não nascesse dentro de você. Como ser? Conversa!

Fale sobre seus sentimentos e pergunte sobre estranhos, por exemplo: «Não quero ofender você, diga-me como você se sente». E não se esqueça de que acontece a mesma coisa com muitos e com você, e seria bom lembrá-los de que você é capaz de entendê-los, mas não ir a extremos.

Deixe um comentário