Perspectiva ayurvédica sobre o vegetarianismo

A antiga ciência indiana da vida saudável – Ayurveda – considera a nutrição como um dos aspectos mais importantes da nossa vida, que pode manter ou perturbar o equilíbrio do corpo. Neste artigo, gostaríamos de destacar a posição da Ayurveda em relação aos produtos de origem animal.

Fontes antigas muitas vezes se referiam a certos tipos de carne que poderiam ser úteis no tratamento de uma variedade de desequilíbrios. O habitat em que o animal vivia, bem como a natureza do próprio animal, eram fatores que determinavam a qualidade da carne.

Em outras palavras, os elementos da natureza que prevalecem em uma determinada região também prevalecem em todas as formas de vida dessa região. Por exemplo, um animal que vive em áreas aquáticas produzirá um produto mais úmido e maciço do que um que vive em áreas áridas. A carne de aves é geralmente mais leve que a carne de animais de superfície. Assim, uma pessoa pode tentar comer carne mais pesada para saciar a fraqueza ou a exaustão.

Surge a pergunta: “Se houver equilíbrio, o consumo de carne ajuda a mantê-lo?” Lembre-se, de acordo com o Ayurveda, a digestão é o processo subjacente a toda a saúde humana. Alimentos pesados ​​são mais difíceis de digerir do que alimentos leves. Nossa tarefa é estabelecer o processo de digestão no corpo e obter mais energia dos alimentos do que o necessário para sua absorção. O peso da carne, como regra, abafa o processo de assimilação e atividade mental. A fisiopatologia moderna tem uma explicação para esse fenômeno: com má digestão, há uma tendência ao desenvolvimento e reprodução de bactérias anaeróbicas. A presença dessas bactérias promove a conversão de proteínas animais em substâncias nocivas como o fenol e “pseudomonoaminas” como a octopamina.

A carne e os ovos também têm a propriedade de tender ao comportamento agressivo e rancoroso (o chamado comportamento rajásico). Parte do motivo é a presença de ácido araquidônico (uma substância inflamatória), bem como esteróides e outras substâncias que foram injetadas no gado. Os animais são a cadeia alimentar final para muitos venenos ambientais, como pesticidas, herbicidas, etc. As condições em que um animal é morto fazem com que ele libere um hormônio do estresse que afeta o comedor de carne. Nós refletimos a qualidade dos alimentos que comemos. Somos o que comemos, literalmente. Equilíbrio no corpo significa uniformidade e alerta. O consumo de carne não contribui para o desenvolvimento dessas qualidades. A carne sobrecarrega a digestão com seu peso, promove alterações inflamatórias e também impede a saída do corpo, levando os resíduos alimentares a apodrecer.

Pesquisas modernas descobriram algumas relações preocupantes: o aumento das taxas de câncer de estômago está associado a um consumo predominante de peixe. Numerosos sintomas de esclerose com gorduras animais na dieta. Há evidências de que a presença de butirato está inversamente relacionada à incidência de câncer de cólon. Bactérias saudáveis ​​no cólon digerem a fibra vegetal e a convertem em butirato (ácido butírico).

Assim, se uma pessoa não consumir vegetais, o butirato não será formado no corpo e o risco de morbidade aumentará. Um estudo realizado na China por Colin Campbell documenta esses riscos e os liga a proteínas animais. Ao fornecer essas informações, não estamos tentando assustar as pessoas para que comam carne. Em vez disso, queremos transmitir a ideia de que a saúde está diretamente relacionada aos alimentos que ingerimos. A digestão produz mais energia útil para a vida a partir de alimentos vegetais – então nos sentimos cheios de vida. Afinal, do ponto de vista do Ayurveda, a capacidade de manter o equilíbrio do corpo em um nível saudável depende do estado dos doshas (vata, pitta, kapha).

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