Panos de bebê

Panos de bebê

Abandonado desde os anos 70, voltou à moda envolver as crianças com fraldas ou cobertores para acalmá-las e promover o sono. Mas se essa técnica tem seus adeptos, também tem seus detratores que apontam seus riscos. O que devemos pensar?

Bebê enfaixado: o que é?

O enfaixamento consiste em envolver o corpo do bebê em uma fralda ou cobertor mais ou menos enrolado em seu corpo. Sempre praticado em muitos países, caiu em desuso na França na década de 70, sendo criticado por especialistas em desenvolvimento infantil por ir contra a liberdade de movimento dos bebês. Mas sob o impulso dos anglo-saxões, agora está de volta à frente do palco.

Por que enfaixar seu bebê?

Para os defensores do enfaixamento, o fato de estar contido em uma fralda ou cobertor, com os braços agrupados no peito, permitiria ao recém-nascido redescobrir as sensações tranquilizadoras vivenciadas. no utero. É também uma boa forma de prevenir movimentos descontrolados do braço, o famoso reflexo de Moro, que tende a acordar subitamente as crianças. Enrolar, portanto, tornaria mais fácil para os bebês dormir, acalma seu choro e alivia suas cólicas. Uma promessa, entendemos, que atrai cada vez mais os pais jovens, que muitas vezes se sentem desamparados diante das lágrimas do bebê.

Swaddle bebê com segurança

Antes de mais nada, é fundamental garantir que o bebê não fique muito quente. Tenha cuidado para não cobri-lo muito por baixo e não use um cobertor muito grosso. O ideal continua sendo um enfaixamento em jérsei fino. Não há necessidade de adicionar um saco de dormir.

Outros cuidados importantes: não aperte demais as pernas, para que o bebê possa continuar a movê-las, e coloque os braços em uma posição fisiológica, ou seja, as mãos no peito e perto do rosto.

Existem várias variações de panos. Aqui está o proposto pela fisioterapeuta especialista em pediatria Isabelle Gambet-Drago em seu livro “Minha aula de massagem com bebê”, publicado pela Eyrolles.

  • Coloque o tecido de jersey sobre a mesa e coloque o bebê no centro. A borda do tecido fica no nível de seus ombros. Junte as mãos sobre o peito e segure-as com a mão esquerda.
  • A mão direita agarra o tecido diretamente acima do ombro do bebê e o traz de volta ao esterno com boa tensão para envolver o ombro para frente. Segure o tecido com um dedo (mão esquerda).
  • Pegue a ponta do tecido com a mão direita e passe-o sobre o braço do bebê.
  • Puxe bem o tecido para que o suporte fique correto. Balance seu bebê ligeiramente para o lado para deslizar o tecido para trás. Tenha cuidado para não dobrar demais. Faça o mesmo com o outro lado e lá está ele enfaixado.

Em caso de dúvida sobre como proceder, não hesite em consultar uma parteira ou enfermeira pediátrica.

Os riscos de enfaixar

A principal crítica ao enfaixamento é que promove a ocorrência de luxações do quadril. Quase 2% dos bebês nascem com o chamado quadril instável: a extremidade do fêmur não se encaixa adequadamente em sua cavidade. Detectada e cuidada a tempo, essa peculiaridade não deixa consequências. Mas se não for controlado, pode evoluir para um quadril luxado, o que resultará em claudicação. Porém, o enfaixamento tradicional, ao manter as pernas do bebê imóveis e esticadas, vai contra o bom desenvolvimento dos quadris.

De acordo com uma meta-análise publicada na revista Pediatrics em maio de 2016, enfaixar também aumenta o risco de morte súbita infantil além de 3 meses. Mesmo apresentando limitações, este estudo está de acordo com as recomendações de não prolongar essa prática após as primeiras semanas de vida.

O que pensam os profissionais?

Sem se opor firmemente a isso, os especialistas em primeira infância apontam que o enfaixamento deve ser reservado para as fases do sono ou crises de choro, que não deve ser praticado além de 2-3 meses e que o tecido que envolve o bebê não deve ser muito apertado. Em particular, suas pernas devem ser capazes de manter a liberdade de movimento.

Além disso, é importante lembrar que enfaixar não é adequado para todos os bebês. Enquanto muitos apreciam ser contidos, outros, pelo contrário, não apóiam isso de forma alguma. Ser abraçado dessa maneira aumentará seu desconforto e choro. Portanto, é fundamental estar atento às reações do bebê enfaixado e não insistir se não lhe parecer adequado.

 

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