Psicologia

Na sala de espera do médico. A espera está ficando mais longa. O que fazer? Pegamos um smartphone, verificamos mensagens, navegamos na Internet, jogamos – qualquer coisa, só para não ficarmos entediados. O primeiro mandamento do mundo moderno é: você não deve ficar entediado. O físico Ulrich Schnabel argumenta que ficar entediado é bom para você e explica o porquê.

Quanto mais fazemos algo contra o tédio, mais entediados ficamos. Esta é a conclusão do psicólogo britânico Sandy Mann. Ela afirma que em nosso tempo, cada segundo reclama que muitas vezes ele está entediado. No local de trabalho, dois terços queixam-se de uma sensação de vazio interior.

Por quê? Como não aguentamos mais o tempo de inatividade habitual, a cada minuto livre que aparece, pegamos imediatamente nosso smartphone e precisamos de uma dose crescente para fazer cócegas em nosso sistema nervoso. E se a excitação contínua se torna habitual, logo deixa de produzir seu efeito e começa a nos aborrecer.

Se a excitação contínua se torna habitual, logo deixa de ter seu efeito e começa a nos aborrecer.

Você pode tentar preencher rapidamente a sensação assustadora de vazio iminente com uma nova “droga”: novas sensações, jogos, aplicativos e, assim, apenas garantir que o nível de excitação que cresceu por um curto período se transforme em uma nova rotina chata.

O que fazer com isso? Entediado, recomenda Sandy Mann. Não continue se estimulando com mais e mais doses de informação, mas desligue seu sistema nervoso por um tempo e aprenda a gostar de não fazer nada, aprecie o tédio como um programa de desintoxicação mental. Regozije-se nos momentos em que não temos que fazer nada e nada acontece que possamos deixar algumas informações passarem por nós. Pense em alguma bobagem. Basta olhar para o teto. Olhos fechados.

Mas podemos conscientemente controlar e desenvolver nossa criatividade com a ajuda do tédio. Quanto mais entediados estamos, mais fantasias aparecem em nossas cabeças. Essa conclusão foi alcançada pelos psicólogos Sandy Mann e Rebeca Cadman.

Os participantes do estudo passaram um quarto de hora copiando números da lista telefônica. Depois disso, eles tiveram que descobrir para que os dois copos de plástico poderiam ser usados.

Evitando grande tédio, esses voluntários se mostraram inventivos. Eles tinham mais ideias do que o grupo de controle, que não havia feito nenhuma tarefa estúpida antes.

Podemos conscientemente controlar e desenvolver nossa criatividade através do tédio. Quanto mais entediados estamos, mais fantasias aparecem em nossas cabeças

Durante o segundo experimento, um grupo escreveu novamente os números de telefone, enquanto o segundo não tinha permissão para fazer isso, os participantes só podiam folhear a lista telefônica. O resultado: quem folheou a lista telefônica descobriu ainda mais usos para copos de plástico do que quem copiou números. Quanto mais chata uma tarefa, mais criativamente abordamos a próxima.

O tédio pode criar ainda mais, dizem os pesquisadores do cérebro. Eles acreditam que esse estado também pode ser útil para nossa memória. Em um momento em que estamos entediados, tanto o material que estudamos recentemente quanto a experiência pessoal atual podem ser processados ​​e transferidos para a memória de longo prazo. Nesses casos, falamos sobre consolidação de memória: ela começa a funcionar quando não fazemos nada por um tempo e não nos concentramos em nenhuma tarefa específica.

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