Psicologia

A dependência emocional é um padrão de comportamento doloroso e difícil que faz a pessoa sofrer. Suas raízes estão na infância, na relação com a mãe. O que fazer? Em primeiro lugar, aprenda a lidar com sua condição.

Para uma pessoa emocionalmente dependente, seu ente querido – pai, irmão ou irmã, amante ou amigo – é extremamente importante. Ele nomeia este outro como seu «deus» — confia-lhe a sua vida, dá-lhe o direito de a gerir.

Suas palavras, atos ou, inversamente, inação determinam o estado emocional de uma pessoa viciada. Ele fica feliz se “Deus” se comunica com ele, fica satisfeito, faz algo por ele, e experimenta fortes dores mentais se está insatisfeito com ele ou simplesmente em silêncio, sem contato com ele.

Tal vício pode se formar em qualquer pessoa, mas ocorre com mais frequência em pessoas emocionais. Seus apegos são fortes, eles vivem seus sentimentos mais profundamente e, portanto, sofrem mais com o vício do que os outros.

Esta é uma consequência do trauma de desenvolvimento infantil. O vício pode gerar uma ampla gama de situações desde o início do relacionamento pai-filho. Mas o que eles têm em comum é que durante o período de apego mais forte, a fusão real da criança com a mãe (até um ano e meio), a mãe rompeu o contato ou não foi suficientemente calorosa, sincera.

A criança está completamente desamparada, porque ainda não é capaz de cuidar de si mesma.

E devido à idade, ele não pode viver toda a paleta de sentimentos que surgem ao mesmo tempo: eles são fortes demais para uma criança pequena e, portanto, os desloca.

Mas esses sentimentos o ultrapassam já na idade adulta em situações de perda de contato com um ente querido. Um adulto nesses momentos se sente como uma criança indefesa. Ele experimenta horror, dor, desespero, medo, pânico, raiva, ressentimento, tristeza, impotência.

"Por que você está fazendo isto comigo? Por que você é tão cruel? Por que você está em silêncio, bem, diga alguma coisa! Você não se importa comigo! Você me ama? Você é um monstro! Não me deixe, eu vou morrer sem você!» — são frases típicas de pessoas emocionalmente dependentes.

Esta é uma condição grave que pode levar a ataques cardíacos, distúrbios afetivos, psicose, ataques de pânico, automutilação e até suicídio. Se um parceiro deixa uma pessoa emocionalmente dependente, ela pode ficar gravemente doente ou tirar a própria vida. Tais cônjuges partem para outro mundo um mês após a morte de seu marido ou esposa, porque perdem o sentido da vida, porque seu estado emocional é insuportável.

Por medo de perder relacionamentos significativos, os viciados controlam cada movimento de seu parceiro.

Exigem estar constantemente em contato, chantagear, insistir em rituais que confirmem que o parceiro está aqui, por perto, os ama. As pessoas dependentes causam simpatia, mas também irritação e raiva: são tão insuportáveis ​​e insaciáveis ​​em sua demanda de amor...

Seus entes queridos costumam romper relacionamentos quando se cansam de servir ao vício de seu parceiro, seus medos. Eles não querem fazer ações desnecessárias, ligam dez vezes por dia e ajustam seu comportamento de acordo com as reações do parceiro. Eles não querem se tornar codependentes.

Se você é emocionalmente dependente, sua tarefa é aprender a lidar com seu estado emocional difícil por conta própria. Vamos pegar essa situação. Seu ente querido “trava” o relacionamento: nem sim nem não, sem passos específicos.

Há uma pausa ansiosa. Você já deu muitos passos nesse relacionamento porque seu «deus» está procrastinando e agora você está esperando, proibindo-se de agir. Ao mesmo tempo, você está sobrecarregado de sentimentos.

Vou compartilhar a experiência de meus clientes e amigos, o que os ajuda a lidar com seu estado emocional.

1. Uma responsabilidade

Remova a responsabilidade por sua condição de seu parceiro. Não espere que ele faça algo para aliviar seu sofrimento. Mude seu foco para você e suas reações.

2. Sem fantasias e conjecturas

Não pense no que seu “deus” está fazendo neste momento, não pinte a situação, não interprete o que está acontecendo. Não deixe que medos e expectativas negativas moldem as previsões da situação.

Assim que você se deparar com tais pensamentos, volte sua atenção ao seu estado atual. Isso pode ser feito, por exemplo, concentrando-se na respiração.

3. Presença «aqui e agora»

Olhar em volta. Escaneie seu corpo com o olho da sua mente. Responda às perguntas: Onde estou? Como eu?" Observe pequenos detalhes ao seu redor, sinta pequenas mudanças em seu corpo, perceba a tensão e outras sensações desconfortáveis. Pergunte a si mesmo quais sentimentos você está experimentando atualmente e onde eles vivem no corpo.

4. Observador interno

Encontre um lugar confortável e saudável em seu corpo e coloque mentalmente o “Observador Interior” lá – aquela parte de você que permanece calma e objetiva em qualquer situação, não cede às emoções.

Olhe ao redor com os olhos do Observador Interior. Você está bem. Nada te ameaça

Você tem sentimentos complexos e desconforto sobre o silêncio de «deus», mas não é tudo de você.

Coloque seus sentimentos negativos em algum lugar do seu corpo e observe que todas as outras partes do corpo estão saudáveis ​​e não estão em desconforto.

5. Aterramento, respiração, centralização, auto-contato

A prática do aterramento permitirá que você concentre sua atenção em todas as partes do corpo que estão em contato com superfícies horizontais. Concentrando-se na respiração, apenas observe-a, siga o fluxo de ar com seu olho interior.

Concentre sua atenção em seu centro (2 dedos abaixo do umbigo, 6 cm de profundidade no abdômen), observe as sensações concentradas ali: calor, energia, movimento. Direcione sua respiração para o centro, enchendo-o e expandindo-o.

É bom que você consiga preencher todo o corpo com a sensação que experimenta no centro. Tente não quebrar o contato com ele.

6. Vivendo seus sentimentos

Observe todos os sentimentos que você está experimentando e responda a cada um deles. Por exemplo, você notou a raiva e colocou-a em sua mão direita. Comece a fazer algo com muita raiva: lavar louça, bater tapetes, limpar o fogão. Dê vazão aos sentimentos. Imagine que a raiva se espalhe pela mão direita.

Se puder, escreva uma carta irada ao seu «deus», expresse tudo o que pensa sobre ele. Não há necessidade de enviar uma carta - você entende que seus sentimentos estão apenas em pequena medida relacionados à situação atual. Eles são de traumas de infância, e você não deve destruir relacionamentos que são queridos por causa disso.

7. Amor próprio

A razão para a dependência emocional é o amor próprio insuficiente e, como resultado, a expectativa de amor de fora. Esse déficit surgiu devido ao fato de que a criança não tinha amor maternal suficiente e não havia onde aprender a se amar.

É hora de preencher essa lacuna. Você já escaneou o corpo e encontrou bolsões de desconforto. Cuide-se para tornar as sensações nessas partes do corpo mais confortáveis. Massageie, aplique óleo aromático, tome uma posição confortável.

Procure recursos: o que pode alimentar sua alegria? Todos os meios são bons

Pode ser uma xícara de café, um filme, um livro, atividade física, um banho de sal, uma conversa com um amigo. O principal é que você recebe um influxo de emoções positivas.

8. Análise

Agora que você se acalmou e cuidou de si mesmo, pode ligar sua mente e analisar a situação. O que acontece em seu relacionamento com «Deus», o que fazer — esperar ou agir.

9. Ação: pense nas consequências

Se você se sente atraído a agir: ligue, diga alguma coisa, esclareça a situação, talvez até brigue, primeiro imagine as consequências dessas ações. Tenha em mente que sua atividade molda o padrão de seu relacionamento com «deus».

Você quer que seu relacionamento sempre se desenvolva de acordo com esse cenário? Esta é uma grande responsabilidade, e terá que ser suportada em todos os relacionamentos. Se você está pronto para assumir isso, aja com ousadia.

10. Psicoterapia

Um curso de psicoterapia pessoal o ajudará a superar traumas de infância e a se livrar da dependência emocional.

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