Psicologia

Os pais modernos cuidam demais dos filhos, liberando-os das tarefas domésticas em prol do aprendizado e do desenvolvimento. É um erro, diz a escritora Julia Lythcott-Hames. No livro Let Them Go, ela explica por que o trabalho é útil, o que uma criança deve fazer aos três, cinco, sete, 13 e 18 anos. E propõe seis regras efetivas para a educação do trabalho.

Os pais visam seus filhos em atividades de estudo e desenvolvimento, no domínio de habilidades intelectuais. E por causa disso, eles são liberados de todas as tarefas domésticas – “deixe-o estudar, fazer uma carreira, e o resto se seguirá”. Mas é a participação regular nos assuntos rotineiros da família que permite que a criança cresça.

Uma criança que faz tarefas domésticas tem mais chances de ter sucesso na vida, diz a Dra. Marilyn Rossman. Além disso, para as pessoas mais bem-sucedidas, as tarefas domésticas aparecem aos três ou quatro anos. E aqueles que começaram a fazer algo em casa apenas na adolescência são menos bem-sucedidos.

Mesmo que não seja necessário que a criança esfregue o chão ou prepare o café da manhã, ela ainda precisa fazer algo em casa, saber como fazê-lo e receber a aprovação dos pais para sua contribuição. Isso forma a abordagem correta do trabalho, que é útil no local de trabalho e na vida social.

Habilidades práticas básicas

Aqui estão as principais habilidades e habilidades para a vida que Julia Lithcott-Hames cita com referência ao portal educacional autorizado Family Education Network.

Aos três anos, a criança deve:

- ajudar a limpar os brinquedos

— vestir-se e despir-se de forma independente (com alguma ajuda de um adulto);

— ajudar a pôr a mesa;

— escove os dentes e lave o rosto com a ajuda de um adulto.

Aos cinco anos:

— realizar tarefas simples de limpeza, como tirar o pó de locais acessíveis e limpar a mesa;

— alimente animais de estimação;

— escovar os dentes, pentear o cabelo e lavar o rosto sem ajuda;

— ajudar na lavagem de roupas, por exemplo, trazê-las para o local de lavagem.

Aos sete anos:

— ajudar a cozinhar (mexer, agitar e cortar com uma faca cega);

— preparar refeições simples, por exemplo, fazer sanduíches;

- Ajudar a limpar os alimentos

- lave os pratos;

— uso seguro de produtos de limpeza simples;

— arrumar o banheiro após o uso;

— fazer a cama sem ajuda.

Aos nove anos:

- dobrar roupas

— aprender técnicas simples de costura;

— cuidar de uma bicicleta ou patins;

— use uma vassoura e uma pá de lixo corretamente;

— saber ler receitas e cozinhar refeições simples;

— ajudar em tarefas simples de jardinagem, como regar e capinar;

— tirar o lixo.

Aos 13 anos:

— vá à loja e faça as compras por conta própria;

- troca de folhas

— use a lava-louças e a secadora;

— fritar e assar no forno;

- ferro;

— cortar a grama e limpar o quintal;

— Cuide dos irmãos e irmãs mais novos.

Aos 18 anos:

— dominar muito bem todos os itens acima;

— realizar trabalhos de limpeza e manutenção mais complexos, como trocar o saco do aspirador, limpar o forno e limpar o ralo;

— preparar alimentos e preparar pratos complexos.

Talvez, depois de ler esta lista, você fique horrorizado. Há tantas responsabilidades nisso que nós mesmos assumimos, em vez de delegá-las às crianças. Em primeiro lugar, é mais conveniente para nós: faremos isso mais rápido e melhor e, em segundo lugar, gostamos de ajudá-los e nos sentimos bem informados, onipotentes.

Mas quanto mais cedo começamos a ensinar as crianças a trabalhar, menos provável é que elas ouçam na adolescência: “Por que você está exigindo isso de mim? Se são coisas importantes, por que não fiz isso antes?”

Lembre-se da estratégia há muito testada e cientificamente comprovada para desenvolver habilidades em crianças:

— primeiro fazemos para a criança;

— então faça com ele;

— então observe como ele faz isso;

– finalmente, a criança faz isso de forma totalmente independente.

Seis regras de educação para o trabalho

Nunca é tarde para reconstruir, e se você não acostumou seu filho a trabalhar, comece a fazê-lo agora. Julia Lythcott-Hames oferece seis regras de conduta para os pais.

1. Dê o exemplo

Não mande seu filho para o trabalho quando você estiver deitado no sofá. Todos os membros da família, independentemente da idade, sexo e status, devem estar envolvidos no trabalho e na ajuda. Deixe as crianças verem como você trabalha. Peça-lhes para participar. Se você vai fazer algo na cozinha, no quintal ou na garagem — chame a criança: «Preciso da sua ajuda».

2. Espere ajuda do seu filho

O pai não é o assistente pessoal do aluno, mas o primeiro professor. Às vezes nos preocupamos demais com o prazer da criança. Mas devemos preparar as crianças para a vida adulta, onde todas essas habilidades serão muito úteis para elas. A criança pode não ficar entusiasmada com a nova carga - sem dúvida, ela preferiria se enterrar no telefone ou sentar-se com os amigos, mas fazer suas tarefas lhe dará uma noção de sua própria necessidade e valor.

3. Não peça desculpas ou dê explicações desnecessárias

Um pai tem o direito e o dever de pedir ajuda ao filho nas tarefas domésticas. Você não precisa explicar infinitamente por que está pedindo isso e garantir que sabe como ele não gosta, mas ainda precisa fazê-lo, enfatizar que não se sente à vontade para perguntar a ele. Explicações excessivas vão fazer você parecer que está inventando desculpas. Isso só prejudica sua credibilidade. Basta dar ao seu filho uma tarefa com a qual ele possa lidar. Ele pode resmungar um pouco, mas no futuro ele será grato a você.

4. Dê instruções claras e diretas

Se a tarefa for nova, divida-a em etapas simples. Diga exatamente o que fazer e, em seguida, afaste-se. Você não precisa passar o mouse sobre ele. Apenas certifique-se de concluir a tarefa. Deixe-o tentar, falhar e tentar novamente. Pergunte: «Diga-me quando estiver pronto, e eu vou ver.» Então, se o caso não for perigoso e a supervisão não for necessária, saia.

5. Agradeça com moderação

Quando as crianças fazem as coisas mais simples – tirar o lixo, limpar a sujeira da mesa, alimentar o cachorro – tendemos a elogiá-las demais: “Ótimo! Que inteligente você é! Um simples, amigável e confiante “obrigado” ou “você fez bem” é o suficiente. Guarde grandes elogios para momentos em que a criança realmente conseguiu algo incomum, superou a si mesmo.

Mesmo que o trabalho seja bem feito, você pode dizer à criança o que pode ser melhorado: então algum dia estará no trabalho. Alguns conselhos podem ser dados: «Se você segurar o balde assim, o lixo não cairá dele.» Ou: “Vê a faixa na sua camisa cinza? É porque você lavou com jeans novos. É melhor lavar o jeans separadamente na primeira vez, caso contrário, eles mancharão outras coisas.

Depois disso, sorria – você não está com raiva, mas ensina – e volte para o seu negócio. Se seu filho está se acostumando a ajudar em casa e fazer as coisas sozinho, mostre a ele o que você vê e aprecie o que ele faz.

6. Crie uma rotina

Se você decidir que algumas coisas precisam ser feitas diariamente, outras semanalmente e outras a cada estação, as crianças vão se acostumar com o fato de que na vida sempre há algo para fazer.

Se você disser a uma criança: “Ouça, eu adoro que você vá direto ao assunto e ajude” e a ajude a fazer algo difícil, com o tempo ela começará a ajudar os outros.

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