Meu filho tem um amigo imaginário

O amigo imaginário, companheiro para crescer

Quando Clémentine se senta à mesa, ela coloca uma cadeira para Lilo. A cadeira permanece vazia? É normal: só Clémentine pode ver Lilo, os adultos não. Lilo é seu amigo imaginário.

“Quando uma criança de 4 ou 5 anos inventa um companheiro imaginário, mostra criatividade: não é nada preocupante”, tranquiliza Andrée Sodjinou, psicóloga clínica. O amigo imaginário é um companheiro que apóia em seu desenvolvimento, um alter ego sobre o qual a criança pode projetar os problemas que não consegue resolver sozinha. A criança tem uma relação especial com ela, assim como com sua boneca ou seu ursinho de pelúcia, exceto que o amigo imaginário é um colega, a quem ele pode, portanto, atribuir seus próprios medos, suas próprias emoções. Esse amigo é muito investido emocionalmente : não há dúvida de ser malicioso com ele, mesmo que às vezes ele o irrite. Seria como quebrar algo que a criança está segurando.

Um companheiro e confidente 

Dê um passo para trás. Em todos os seus jogos, seu filho é guiado por sua imaginação. Não é o cobertor que o consola um verdadeiro companheiro? Você pode ocasionalmente lembrá-lo de que seu amigo “não é real”, mas não tente convencê-lo. É um debate estéril. Uma criança desta idade não distingue claramente entre real e imaginárioe, de qualquer forma, essa fronteira não tem o mesmo valor simbólico que para nós, adultos. Para a criança, mesmo que não exista para “real”, ela existe em seu coração, em seu universo, e isso é o que importa.

Um “amigo” que o ajuda a crescer

Se seu filho encoraja você a entrar no jogo, siga seu instinto e seu desejo. Pode ser interessante bater um papo com essa Lilo, mas se isso te incomoda, diga não. O companheiro imaginário não deve questionar as regras da vida familiar, a estilo de vida da criança. Se se tornar um constrangimento, uma restrição, isso representará um problema. Comece falando sobre isso com seu loulou, para ver como ele percebe as coisas. Mas ele só pode dar as razões que são ao alcance de uma criança. “Um amigo imaginário que ocupa muito espaço vem falar de um problema que não se pode dizer, mas que ocupa muito espaço na vida da criança”, explica Andrée Sodjinou.

Se este companheiro se tornar fonte de conflito, peça conselhos a um psiquiatra. Primeiro, vá para uma consulta entre adultos: “O problema da criança muitas vezes repercute nas áreas cinzentas dos pais”, lembra a psicóloga. Talvez você possa encontrar o que precisa ser dito ou feito para que a situação volte ao normal. Um companheiro imaginário está lá para ajude a criança a crescer, não o contrário. 

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