Atração 'assustadora' revela como o corpo reage à ameaça

Sabe-se que uma aguda sensação de medo ativa o mecanismo de excitação fisiológica, graças ao qual nos preparamos para enfrentar a ameaça ou fugir. No entanto, devido a restrições éticas, os cientistas têm poucas oportunidades de estudar o fenômeno do medo com mais detalhes. No entanto, pesquisadores da Califórnia encontraram uma saída.

Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), cujo artigo publicado Na revista Ciência Psicológica, resolveu esse problema ético mudando o local do experimento do laboratório para a Penitenciária Perpetuum – uma atração imersiva (com o efeito de presença) «terrível» prisão que promete aos visitantes um encontro pessoal com assassinos brutais e sádicos, bem como asfixia, execução e choque elétrico.

156 pessoas aceitaram participar do experimento, que foram pagas para visitar a atração. Os participantes foram divididos em grupos de oito a dez pessoas. Antes de embarcar em uma jornada pela “prisão”, cada um deles contou quantos amigos e desconhecidos estavam no mesmo grupo que ele, e também respondeu a uma série de perguntas.

Além disso, as pessoas tiveram que avaliar em uma escala especial o quão assustadas estavam agora e quão assustadas ficariam quando estivessem dentro de casa. Em seguida, foi colocado um sensor sem fio no pulso de cada participante, que monitorou a condutividade elétrica da pele. Este indicador reflete o nível de excitação fisiológica, em resposta à liberação de suor. Após uma viagem de meia hora pelas celas da «prisão» imersiva, os participantes relataram os seus sentimentos.

Descobriu-se que, em geral, as pessoas esperavam sentir mais medo do que realmente sentiam. No entanto, as mulheres, em média, tiveram mais medo do que os homens tanto antes de entrar na atração quanto dentro dela.

Os pesquisadores também descobriram que as pessoas que experimentaram mais medo dentro da “prisão” eram mais propensas a experimentar rajadas agudas de condutividade elétrica da pele. Ao mesmo tempo, o que é bastante esperado, a ameaça inesperada provocou explosões de excitação fisiológica mais fortes do que a prevista.

Entre outras coisas, os cientistas planejaram descobrir como a reação ao medo muda dependendo de quem está por perto – amigos ou estranhos. No entanto, a resposta exata para essa pergunta não foi encontrada. O fato é que os participantes que tinham mais amigos no grupo do que estranhos tiveram um nível geral de excitação fisiológica mais alto. Isso pode ser devido ao forte medo e simplesmente ao fato de que, na companhia de amigos, os participantes estavam em um estado elevado e emocionalmente excitado.  

Os pesquisadores também reconhecem que seu experimento teve uma série de limitações que podem ter afetado os resultados. Em primeiro lugar, os participantes foram selecionados de pessoas que foram pré-agendadas para o passeio e, sem dúvida, esperavam apreciá-lo. Pessoas aleatórias podem reagir de forma diferente. Além disso, as ameaças enfrentadas pelos participantes obviamente não eram reais, e tudo o que acontece é completamente seguro. 

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