O primeiro sintoma dessa neoplasia, a coceira, é negligenciado pelas mulheres. Enquanto isso, iniciar o tratamento tarde demais aumenta drasticamente o risco de morte.

A coceira aparece primeiro. Às vezes dura até vários anos. As mulheres são tratadas por dermatologistas, ginecologistas, tomam pomadas sem suspeitar que um tumor está se desenvolvendo. Depois de um tempo eles vão se acostumar com a condição e consideram normal que às vezes haja uma manhã. De repente a manhã cresce, dói e não cura.

Cuidado com infecções

A doença é causada principalmente por infecções, incluindo o papilomavírus humano (HPV), bem como infecções bacterianas crônicas. Acredita-se também que a imunossupressão, ou seja, uma resposta imune mais fraca do organismo, possa ser um fator. – Fatores ambientais e químicos também têm impacto, mas principalmente são as infecções – diz o prof. Mariusz Bidziński, Chefe do Departamento Clínico de Ginecologia do Świętokrzyskie Cancer Center.

A prevenção deste câncer é, antes de tudo, a prevenção de infecções. – Aqui, as vacinas são importantes, por exemplo, contra o vírus HPV, que aumenta adicionalmente a barreira imunológica do organismo. Mesmo em mulheres que foram diagnosticadas com certas infecções, as vacinas podem ser usadas de forma profilática porque fazem com que as mulheres tenham um nível mais alto de barreira de defesa – explica o Prof. Bidziński. O autocontrole e as visitas ao ginecologista também são importantes. – Mas pelo fato de ser uma neoplasia de nicho, até os ginecologistas não são cuidadosos o suficiente nesse sentido e nem todos conseguem avaliar as alterações – ressalta o ginecologista. Portanto, o autocontrole e contar ao médico sobre todas as doenças são ainda mais importantes.

Um câncer raro, mas perigoso

Na Polónia, ocorrem cerca de 300 casos de cancro vulvar todos os anos, pelo que pertence ao grupo dos cancros raros. É mais comum em mulheres com mais de 65 anos, mas às vezes também é encontrado em pessoas mais jovens. – Acho que as mulheres mais velhas adoecem porque já não dão tanta importância à sua fisicalidade ou sexualidade. Eles param de se importar com sua intimidade porque não são mais sexualmente ativos e não precisam ser atraentes para o parceiro. Então, mesmo quando algo começa a acontecer, eles não fazem nada a respeito por anos – diz o prof. Bidziński.

O prognóstico depende do estágio em que o câncer foi diagnosticado. No estágio inicial de avanço, as chances de sobrevida em cinco anos são de 60 a 70%. Quanto mais avançado o câncer, as taxas de sobrevivência caem significativamente. Existem tumores vulvares que são muito agressivos – melanomas vulvares. – Onde há membranas mucosas, o câncer se desenvolve de forma extremamente dinâmica, e aqui o risco de falha do tratamento é muito alto, mesmo que detectemos a doença em estágio inicial. Em geral, a maioria dos casos são carcinomas de células escamosas e a eficácia depende da rapidez com que a doença é definida – explica o ginecologista.

Tratamento do câncer de vulva

O método de tratamento depende do estágio em que o câncer é detectado. – Infelizmente, devido ao fato de as mulheres relatarem tardiamente, mais de 50% delas já apresentam um estágio muito avançado de câncer, o que é indicado apenas para tratamento paliativo, ou seja, para diminuir a dor ou diminuir a taxa de desenvolvimento da doença, mas não cura – lamenta prof. Bidziński. Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, menos complicado será o tratamento. O principal método de tratamento é a cirurgia radical, ou seja, a remoção da vulva complementada por radioterapia ou quimioterapia. Há casos em que não é necessário remover a vulva, e apenas o caroço é extirpado. – 50% dos pacientes podem ser tratados de forma radical e 50% só podem ser tratados de forma paliativa – resume o ginecologista. Após a vulvectomia radical, a mulher pode funcionar normalmente porque, além da vulva alterada anatomicamente, a vagina ou a uretra permanecem inalteradas. Além disso, se a vida íntima é muito importante para uma mulher, os elementos removidos podem ser plastificados e suplementados, por exemplo, os lábios são reconstruídos a partir de retalhos dérmicos e musculares retirados da coxa ou dos músculos abdominais.

Onde tratar o câncer de vulva?

O Prof. Janusz Bidziński diz que o câncer de vulva é melhor tratado em um grande centro de oncologia, por exemplo, no Centro de Oncologia em Varsóvia, no Centro de Câncer Świętokrzyskie em Kielce, em Bytom, onde há uma Clínica de Patologia da Vulva. – É importante ir a um centro grande, pois mesmo que o tratamento não seja realizado lá, com certeza eles vão orientá-los adequadamente e a ação não será acidental. No caso do câncer de vulva, a ideia é ir até onde atendem esses casos, e lembrar que não são muitos. Então a experiência da equipe é maior, o diagnóstico histopatológico é melhor e o acesso ao tratamento adjuvante é melhor. Se o paciente for a um hospital onde os médicos não têm experiência neste tipo de casos, nem a cirurgia nem o tratamento adjuvante podem não trazer o efeito que supúnhamos e seria esperado – acrescenta. Também vale a pena dar uma olhada no site www.jestemprzytobie.pl, executado como parte do programa implementado pela Fundacja Różowa Konwalia im. prof. Jan Zieliński, a Fundação MSD para a Saúde da Mulher, a Associação Polonesa de Enfermeiras Oncológicas e a Organização Polonesa de Combate ao Câncer Cervical, Flor da Feminilidade. Inclui as informações necessárias sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento de cancros dos órgãos reprodutivos (cancro do colo do útero, cancro da vulva, cancro do ovário, cancro do endométrio) e aconselhamento sobre onde procurar apoio psicológico. Através de www.jestemprzytobie.pl, você pode fazer perguntas a especialistas, ler histórias de mulheres reais e trocar experiências com outros leitores em situação semelhante.

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