Por que o veganismo está em ascensão em todo o mundo

Os veganos já foram estereotipados como hippies que não comem nada além de salada. Mas agora os tempos mudaram. Por que essas mudanças ocorreram? Provavelmente porque muitas pessoas se tornaram mais abertas à mudança.

Ascensão do flexitarianismo

Hoje, mais e mais pessoas se identificam como flexitarianas. Flexitarismo significa reduzir, mas não eliminar completamente, o consumo de produtos de origem animal. Mais e mais pessoas escolhem alimentos à base de plantas durante a semana e comem pratos de carne apenas nos finais de semana.

Na Austrália e na Nova Zelândia, o flexitarianismo está ganhando popularidade em parte devido ao surgimento de um grande número de restaurantes veganos. No Reino Unido, de acordo com uma pesquisa recente da rede de supermercados Sainsbury's, 91% dos britânicos se identificam como flexitarianos. 

“Estamos vendo uma demanda crescente por produtos à base de plantas”, diz Rosie Bambagi, da Sainsbury. “Com a ascensão imparável do flexitarianismo, estamos explorando outras maneiras de tornar as opções populares sem carne mais acessíveis.” 

Veganismo para animais

Muitos desistem da carne por razões éticas. Isso se deve em grande parte a documentários como Earthlings e Dominion. As pessoas têm uma compreensão crescente de como bilhões de animais em todo o mundo estão sendo explorados para ganho humano. Esses filmes mostram o sofrimento que os animais passam nas indústrias de carne, laticínios e ovos, bem como para pesquisa, moda e entretenimento.

Muitas celebridades também estão envolvidas na conscientização. O ator Joaquin Phoenix leu dublagem para Dominion e Earthlings, e a musicista Miley Cyrus tem sido uma voz constante contra a crueldade animal. A recente campanha Mercy for Animals contou com várias celebridades, incluindo James Cromwell, Danielle Monet e Emily Deschanel.  

Em 2018, descobriu-se que a principal razão pela qual as pessoas estão abandonando carne, laticínios e ovos tem a ver com questões de bem-estar animal. E os resultados de outro estudo realizado no outono americano mostraram que quase metade dos carnívoros preferem se tornar vegetarianos do que matar o animal no jantar.

Inovação em comida vegana

Uma das razões pelas quais mais e mais pessoas estão reduzindo os produtos de origem animal é porque existem tantas alternativas atraentes à base de plantas. 

Hambúrgueres veganos com carnes de soja, ervilha e micoproteína começam a ser vendidos em redes de fast food ao redor do mundo. Há cada vez mais ofertas veganas nas lojas – linguiça vegana, ovos, leite, frutos do mar, etc.

Outra razão fundamental para o crescimento do mercado de alimentos veganos é o aumento da conscientização do consumidor sobre as consequências para a saúde da ingestão de produtos de origem animal, bem como os perigos da criação de animais em massa.

Veganismo para a saúde

Mais e mais pessoas estão comendo alimentos à base de plantas para manter sua saúde. Quase 114 milhões de americanos estão comprometidos em comer mais comida vegana, de acordo com um estudo no início deste ano. 

Estudos recentes associaram o consumo de produtos de origem animal a doenças graves, como diabetes, doenças cardíacas e câncer. Comer três fatias de bacon por semana pode aumentar o risco de câncer de intestino em 20%. Os produtos lácteos também foram reconhecidos por muitos especialistas médicos como cancerígenos.

Por outro lado, estudos mostram que os alimentos vegetais protegem contra o câncer e outras doenças graves.

Veganismo para o planeta

As pessoas começaram a comer mais alimentos vegetais para reduzir seu impacto no meio ambiente. Os consumidores são motivados a abrir mão dos produtos de origem animal não apenas pela sua própria saúde, mas também pela saúde do planeta. 

As pessoas estão se tornando cada vez mais conscientes do impacto da pecuária no meio ambiente. Em 2018, um importante relatório da ONU mostrou que temos 12 anos para evitar mudanças climáticas irreversíveis. Na mesma época, o Programa da Organização Mundial do Meio Ambiente (PNUMA) reconheceu o problema da produção e consumo de carne como “o problema mais urgente do mundo”. “O uso de animais como tecnologia alimentar nos levou à beira do desastre”, disse o PNUMA em comunicado. “A pegada de efeito estufa da pecuária não é comparável às emissões do transporte. Não há como evitar a crise sem uma redução maciça na produção pecuária”.

No verão passado, a maior análise mundial da produção de alimentos descobriu que seguir uma dieta vegana é a “maneira mais importante” que qualquer um pode usar para reduzir seu impacto no planeta.

O cientista da Universidade de Oxford, Joseph Poore, acredita que reduzir os produtos de origem animal “fará muito mais do que reduzir suas viagens aéreas ou comprar um carro elétrico. A agricultura está na raiz de muitos problemas ambientais”. Ele enfatizou que a indústria não é apenas responsável pelas emissões de gases de efeito estufa, mas também utiliza quantidades excessivas de terra, água e contribui para a acidificação e eutrofização global. 

Não são apenas os produtos de origem animal que estão prejudicando o planeta. Segundo a PETA, o curtume utiliza cerca de 15 galões de água e pode produzir mais de 900 kg de resíduos sólidos para cada tonelada de couro processada. Além disso, as fazendas de peles emitem grandes quantidades de amônia no ar e a criação de ovelhas consome grandes quantidades de água e contribui para a degradação da terra.

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