“Não desista, pense positivamente”: por que essas dicas não funcionam?

“Entre em seus medos”, “saia da sua zona de conforto”, “pense apenas positivamente”, “confie em si mesmo”, “não desista” – essas e muitas outras dicas que ouvimos com frequência de coaches de crescimento pessoal, como bem como de pessoas comuns. que consideramos especialistas em algumas áreas. Vamos dar uma olhada no que há de errado com esses apelos populares.

Cada uma das frases acima pode motivar e ajudar no caminho para nossos objetivos. No entanto, às vezes o uso impensado de tais conselhos, ao contrário, fere e leva à apatia. O que há de errado com cada um deles?

1. «Saia da sua zona de conforto»

Essa frase e palavras como “entre em seus medos” geralmente trazem um apelo à ação, independentemente de a pessoa ter força para fazê-lo. Algumas pessoas são muito fáceis de contagiar com uma ideia – elas imediatamente correm para colocá-la em prática. No entanto, ao mesmo tempo, muitas vezes não conseguem avaliar criticamente se esse é realmente o seu verdadeiro desejo e se têm recursos para realizá-lo.

Por exemplo, uma pessoa decidiu sair de sua zona de conforto e teve a ideia de vender seus serviços sem ter conhecimento e oportunidades suficientes para isso. Ele superou o medo, como aconselhado pelos treinadores, mas de repente recebeu uma reação negativa ao seu produto ou serviço. Como resultado, ele pode desistir e depois se esgotar completamente emocionalmente.

Lembre-se: às vezes nossos medos sinalizam que é muito cedo para agir. Muitas vezes, eles nos ajudam a descobrir se realmente queremos mudar e quão prontos estamos para isso no momento. Portanto, não devemos percebê-los apenas como um fator que nos impede de alcançar nossos objetivos.

Portanto, para que este conselho não o prejudique, pergunte-se:

  • E por que estou agora entrando em meus medos e indo além do conforto? O que eu quero obter?
  • Tenho força, tempo e recursos para isso? Tenho conhecimento suficiente?
  • Estou fazendo isso porque preciso ou porque quero?
  • Estou fugindo de mim mesmo? Estou tentando provar algo para os outros?

2. «Não pare, apenas continue»

Este é o segundo conselho mais popular. Entretanto, na psicoterapia existe o conceito de «ações compulsivas». Essa frase descreve, por exemplo, aquelas situações em que uma pessoa tem medo de parar e descansar, fica assustada com o pensamento: “E se tudo o que é adquirido pelo excesso de trabalho for perdido?”

Por causa de tais medos, uma pessoa não pode fazer uma pausa e ouvir a si mesma. Pelo contrário, ele estabelece novas metas o tempo todo. Não tendo tempo para «digerir» a experiência antiga, já se esforça por obter uma nova. Por exemplo, ele pode comer constantemente: primeiro um prato, depois voltar para a geladeira para a sobremesa e depois para um restaurante. Depois de um tempo, essa pessoa definitivamente sofrerá com problemas no trato gastrointestinal.

É o mesmo com a nossa psique. Você não pode simplesmente absorver o tempo todo. É importante dar a cada experiência adquirida um tempo para “digerir” — permitir-se descansar e só então partir para uma nova porção de objetivos. Pergunte a si mesmo: “Tenho medo de parar? O que me assusta quando paro? Talvez eu esteja ansioso por causa do medo de perder tudo ou encontrar um a um comigo mesmo? Se eu parar e me encontrar sem objetivos por um tempo, como vou me ver?”

3. “Você só precisa pensar positivamente”

Muitas vezes, esse conselho também é percebido de forma distorcida. Há uma tentação de reprimir suas emoções, fingindo que está tudo bem e, assim, enganar a si mesmo. Isso pode ser chamado de mecanismo de defesa da psique: convencer-se de que está tudo bem para não sentir dor, medo, raiva e outros sentimentos complexos.

Em um computador, podemos excluir um arquivo desnecessário na lixeira, esquecendo-o de uma vez por todas. Com a psique, isso não funcionará – tentando “jogar fora” seus sentimentos, você apenas os acumula no subconsciente. Mais cedo ou mais tarde, algum gatilho os trará à superfície. Portanto, é tão importante definir claramente todos os seus sentimentos.

Se você não sabe como, tente aprender. Por exemplo, há muitos vídeos no YouTube sobre esse assunto. Depois de entender suas emoções, você pode controlá-las. Viver algo e assim se libertar da negatividade, e deixar algo se realmente precisar.

4. «Não peça nada a ninguém»

Esta é outra frase comum. Eu sou definitivamente para cada um de nós ser uma pessoa auto-suficiente e não depender dos outros. Nesse caso, teremos muita liberdade e respeito próprio. Mas a vida nem sempre é fácil, e cada um de nós pode ter uma crise.

Mesmo a pessoa mais forte pode ser desarmada. E nesses momentos é extremamente importante poder se apoiar nos outros. Isso não significa que você deve sentar no pescoço de alguém e balançar as pernas. Em vez disso, trata-se da oportunidade de recuperar o fôlego, aceitar ajuda e seguir em frente. Você não deve ficar envergonhado ou assustado com esse estado de coisas.

Pense nisso: se alguém lhe pede um apoio que você possa dar sem se machucar, como você se sente? Você pode ajudar? Pense nas vezes em que você ajudou os outros. Normalmente, isso preenche não apenas aquele a quem a ajuda é dirigida, mas também aquele que ajuda. Estamos orgulhosos de nós mesmos e sentimos prazer, porque somos tão organizados – outras pessoas são importantes para nós.

Quando somos capazes de ajudar o outro, sentimos nossa necessidade. Então, por que não damos outra oportunidade de aproveitar o fato de que ele se tornou importante e necessário. Claro, é muito importante não violar seus próprios limites aqui. Antes de ajudar, pergunte-se claramente: “Posso fazer isso? Eu quero isso?

Além disso, se você pedir ajuda a outra pessoa, poderá verificar com ela se ela se sentirá confortável. Peça uma resposta honesta. Você pode até expressar suas dúvidas e preocupações se estiver preocupado para não sobrecarregar o outro. Não se esqueça: a troca de energia, a ajuda mútua e o apoio são parte integrante da vida.

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