«Não diga nada»: o que é vipassana e porque vale a pena praticar

Práticas espirituais como ioga, meditação ou austeridade são consideradas por muitos como os próximos hobbies da moda. No entanto, mais e mais pessoas estão chegando à conclusão de que eles são necessários em nossa vida agitada. Como vipassana, ou a prática do silêncio, ajudou nossa heroína?

As práticas espirituais podem fortalecer uma pessoa e revelar suas melhores qualidades. Mas no caminho para uma nova experiência, muitas vezes surge o medo: “Estes são sectários!”, “E se eu me agarrar pelas costas?”, “Não vou conseguir nem fazer essa pose nem de perto”. Portanto, não vá a extremos. Mas também não é necessário negligenciar as possibilidades.

o que é vipassana

Uma das práticas espirituais mais poderosas é a vipassana, um tipo especial de meditação. Na Rússia, tornou-se possível praticar Vipassana há relativamente pouco tempo: centros oficiais onde você pode fazer um retiro agora operam na região de Moscou, São Petersburgo e Ecaterimburgo.

O retiro geralmente dura 10 dias. Desta vez, seus participantes recusam qualquer conexão com o mundo exterior para ficarem sozinhos consigo mesmos. Um voto de silêncio é um pré-requisito para a prática, que muitos chamam de principal experiência da vida.

A rotina diária em diferentes centros, com algumas exceções, é a mesma: muitas horas de meditação diária, palestras, comida modesta (durante o retiro, você não pode comer carne e levar comida). Documentos e objetos de valor, incluindo um laptop e um telefone, são depositados. Nada de livros, música, jogos, nem mesmo kits de desenho – e esses são “foras da lei”.

O real vipassana é gratuito e, ao final do programa, você pode deixar uma doação viável.

Silencioso por minha própria vontade

Por que as pessoas se voltam voluntariamente para essa prática? Elena Orlova de Moscou compartilha sua experiência:

“Vipassana é considerada a prática do silêncio. Mas, na verdade, é a prática do insight. Aqueles que ainda estão no início do caminho estão tentando interpretá-lo com base em ilusões e expectativas pessoais. É por isso que todos nós precisamos de um professor que explique por que isso é necessário e como mergulhar adequadamente na prática.

Por que vipassana é necessário? Apenas para aprofundar seu conhecimento. Portanto, é errado dizer “faça estágio”, já que está apenas começando neste curso. Estou convencido de que vipassana deve ser visitada pelo menos uma vez a cada seis meses. Sua essência não muda, mas nós mesmos mudamos, a profundidade da compreensão e dos insights muda.

As instruções são dadas durante o curso. Em diferentes tradições eles diferem, mas o significado é o mesmo.

Na agitação diária, nossa mente está envolvida nos jogos do mundo que inventamos. E no final nossa vida se transforma em uma neurose incessante. A prática de Vipassana ajuda a desvendar-se como uma bola. Dá a oportunidade de olhar para a vida e ver o que ela é sem nossas reações. Ver que ninguém e nada tem as características que nós mesmos atribuímos a eles. Essa compreensão liberta a mente. E deixa de lado o ego, que não controla mais nada.

Antes de fazer o retiro, eu, como muitos outros, me perguntava: “Quem sou eu? Por que tudo isso? Por que tudo é assim e não de outra forma? As perguntas são principalmente retóricas, mas bastante naturais. Na minha vida foram várias as práticas (yoga, por exemplo) que as respondiam de uma forma ou de outra. Mas não até o fim. E a prática de vipassana e a filosofia do budismo como ciência da mente deram apenas uma compreensão prática de como tudo funciona.

É claro que a compreensão total ainda está longe, mas o progresso é óbvio. Dos efeitos colaterais agradáveis ​​— havia menos perfeccionismo, neurose e expectativas. E, como resultado, menos sofrimento. Parece-me que a vida sem tudo isso só ganha.

Opinião de um psicoterapeuta

“Se não houver oportunidade de fazer um retiro de vários dias, até 15 minutos de prática de meditação por dia melhoram significativamente a qualidade de vida, ajudando com ansiedade e transtornos depressivos”, diz o psiquiatra e psicoterapeuta Pavel Beschastnov. — Se houver tal oportunidade, podemos considerar não apenas os centros de retiro mais próximos, mas também os chamados locais de poder. Por exemplo, em Altai ou Baikal. Um novo lugar e novas condições ajudam a mudar rapidamente e mergulhar em si mesmo.

Por outro lado, qualquer prática espiritual é uma adição útil ao trabalho em si mesmo, mas definitivamente não é uma “pílula mágica” e não é a chave principal para a felicidade e a harmonia”.

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