Como o álcool afeta a coordenação motora

O álcool atua no sistema nervoso como um depressor. Em pequenas quantidades, suprime a atividade cerebral, o que causa uma agradável sensação de relaxamento e euforia. Com um aumento na quantidade de álcool, certas áreas do cérebro são afetadas, o trabalho dos receptores e sistemas mediadores é interrompido. O resultado é tontura, desorientação no espaço, coordenação prejudicada. A seguir, descobriremos por que o álcool afeta tanto o cérebro e com que rapidez tudo volta ao normal.

Álcool e coordenação de movimentos

Uma marcha cambaleante é um dos sinais bem conhecidos de intoxicação alcoólica. Experimentos provaram repetidamente que mesmo uma pequena quantidade de álcool dificulta a realização de operações onde são necessárias precisão e velocidade. É por isso que em vários países, incluindo a Rússia, a quantidade permitida de etanol no sangue é reduzida a valores mínimos.

Os cientistas associam a disfunção motora ao efeito do álcool no cerebelo, onde está localizado o centro responsável pelo equilíbrio, tônus ​​muscular e coordenação dos movimentos.

O cerebelo representa apenas um décimo do cérebro, mas contém mais da metade de todos os neurônios do sistema nervoso central – cerca de 5 bilhões. O departamento é composto pelo chamado verme e dois hemisférios, cujo dano leva à ruptura dos membros. A consequência de mau funcionamento no funcionamento do verme são problemas de postura, equilíbrio, ritmo da fala.

A consciência não é capaz de controlar o cerebelo, suas células nervosas interagem diretamente com a medula espinhal e o cérebro. A intoxicação por álcool leva à interrupção das conexões neurais, resultando em confusão e problemas de coordenação dos movimentos. O efeito é observado tanto em viciados em álcool a longo prazo, quanto em quem não calculou a dose e bebeu demais.

Com o consumo excessivo de álcool, as estruturas inferiores do cerebelo, que coordenam os movimentos oculares, sofrem. Isso é especialmente pronunciado quando a cabeça da pessoa está em movimento. A percepção visual dos objetos torna-se instável, o mundo ao redor oscila e flutua, o que muitas vezes causa quedas e lesões. Além disso, os problemas de visão estão diretamente relacionados ao comprometimento das habilidades motoras dos membros, uma vez que a pessoa não é capaz de perceber adequadamente o espaço circundante.

Estudos anatômicos patológicos mostraram que alcoólatras crônicos frequentemente apresentam alterações degenerativas no cerebelo. Na maioria das vezes, o verme sofre, onde o etanol simplesmente mata as grandes células nervosas que compõem esta seção. O fenômeno é típico de idosos alcoólatras com pelo menos dez anos de experiência de dependência de álcool – eles desenvolvem distúrbios motores crônicos, diminuição da sensibilidade dos membros, incapacidade de realizar operações complexas. A condição pode melhorar durante o período de abstinência, porém, na fase avançada da doença, é extremamente difícil reverter as alterações estruturais.

Quanto tempo leva para o cérebro se recuperar totalmente?

Em 2016, cientistas da Universidade Britânica de Bath decidiram descobrir quanto tempo leva para as células cerebrais se recuperarem completamente do álcool. Os pesquisadores chegaram a conclusões decepcionantes – o efeito negativo do álcool pode continuar mesmo quando o etanol no sangue não é mais detectado.

Entre os distúrbios cognitivos observados:

  • pobre concentração;
  • dificuldade em manter a atenção;
  • comprometimento da memória;
  • aumento do tempo de reação.

A duração do estado está diretamente relacionada à quantidade de álcool consumida. Mesmo em doses baixas, o cérebro leva dias para restaurar suas funções.

No caso de abuso crônico de álcool, é possível obter uma melhora visível após pelo menos seis meses, mediante abstinência completa, treinamento cognitivo e uso de antipsicóticos.

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